Foto: Joelmar Ferreira |
Nesta quarta-feira, dia 28/05, completamos
dez dias de greve, com adesão consistente de cerca de 500 trabalhadores. Passamos
por várias dificuldades nesse período, desde uma forte campanha de difamação do
nosso movimento, atribuindo a nós os rompimentos de adutoras, passando por um
interdito judicial, que afastou os piquetes 50m dos portões da Autarquia, até
as ameaças veladas e boatos de atraso de pagamento que visam desmobilizar a
Categoria.
Alguns poderiam até pensar que,
com o interdito judicial e o afastamento dos piquetes, os trabalhadores iriam
se amedrontar e voltar ao trabalho. Quem apostou nisso perdeu seu tempo. Assim como
também se enganou quem pensou que o movimento só estava forte pelo fato de
haver piquetes nos portões. A verdade é que todos os trabalhadores que estão em
greve estão convictos de que essa é a única forma de se conseguir um mínimo de
valorização salarial. Da mesma forma, os boatos de que o pagamento não sairia também
não frutificaram e não amedrontaram ninguém, porque todos sabemos que os
salários não podem atrasar além do quinto dia útil do mês seguinte.
A Direção da Autarquia se
mantém na posição autoritária de não negociar com os trabalhadores em greve. Não
negociam com grevistas, mas não negociaram enquanto estávamos trabalhando.
Foram dados todos os prazos e oportunidades de negociação antes do começo da
greve, mas eles preferiram “brincar de adiar reuniões”, brincar com os
trabalhadores dignos que mantém a Autarquia funcionando, e, quando nos receberam,
foi para nos oferecer 6,8%, um reajuste muito aquém do que é a nossa
necessidade.
Não somos intransigentes. Porém,
estamos firmes no propósito de obtermos um aumento salarial que nos garanta que
nenhum trabalhador do SANEP tenha o básico abaixo do Salário Mínimo Nacional. Por
isso, seguiremos firmemente até que tenhamos essas garantias.
Com essa firmeza, nosso
movimento se mantém durante todos esses dias de uma forma muito bonita e solidária.
A greve tem aproximado os trabalhadores dos diferentes setores da nossa
Autarquia e de todos os níveis e cargos, demonstrando que temos unidade e nos
apoiamos uns aos outros, mantendo a energia que nos alimenta neste momento
difícil. É o café, o chimarrão, o almoço feito na barraca do piquete, com uma
moeda de cada um, com um pouco da esperança de cada um... é o abraço, o sorriso
e o aperto de mão, que faz de nós companheiros de trabalho e de luta.
Companheiro
é aquele que come do mesmo pão.
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