quinta-feira, 29 de maio de 2014

Dez dias de greve

Foto: Joelmar Ferreira
Nesta quarta-feira, dia 28/05, completamos dez dias de greve, com adesão consistente de cerca de 500 trabalhadores. Passamos por várias dificuldades nesse período, desde uma forte campanha de difamação do nosso movimento, atribuindo a nós os rompimentos de adutoras, passando por um interdito judicial, que afastou os piquetes 50m dos portões da Autarquia, até as ameaças veladas e boatos de atraso de pagamento que visam desmobilizar a Categoria.

Alguns poderiam até pensar que, com o interdito judicial e o afastamento dos piquetes, os trabalhadores iriam se amedrontar e voltar ao trabalho. Quem apostou nisso perdeu seu tempo. Assim como também se enganou quem pensou que o movimento só estava forte pelo fato de haver piquetes nos portões. A verdade é que todos os trabalhadores que estão em greve estão convictos de que essa é a única forma de se conseguir um mínimo de valorização salarial. Da mesma forma, os boatos de que o pagamento não sairia também não frutificaram e não amedrontaram ninguém, porque todos sabemos que os salários não podem atrasar além do quinto dia útil do mês seguinte.

A Direção da Autarquia se mantém na posição autoritária de não negociar com os trabalhadores em greve. Não negociam com grevistas, mas não negociaram enquanto estávamos trabalhando. Foram dados todos os prazos e oportunidades de negociação antes do começo da greve, mas eles preferiram “brincar de adiar reuniões”, brincar com os trabalhadores dignos que mantém a Autarquia funcionando, e, quando nos receberam, foi para nos oferecer 6,8%, um reajuste muito aquém do que é a nossa necessidade.

Não somos intransigentes. Porém, estamos firmes no propósito de obtermos um aumento salarial que nos garanta que nenhum trabalhador do SANEP tenha o básico abaixo do Salário Mínimo Nacional. Por isso, seguiremos firmemente até que tenhamos essas garantias.

Com essa firmeza, nosso movimento se mantém durante todos esses dias de uma forma muito bonita e solidária. A greve tem aproximado os trabalhadores dos diferentes setores da nossa Autarquia e de todos os níveis e cargos, demonstrando que temos unidade e nos apoiamos uns aos outros, mantendo a energia que nos alimenta neste momento difícil. É o café, o chimarrão, o almoço feito na barraca do piquete, com uma moeda de cada um, com um pouco da esperança de cada um... é o abraço, o sorriso e o aperto de mão, que faz de nós companheiros de trabalho e de luta.

Companheiro é aquele que come do mesmo pão.

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