quarta-feira, 30 de julho de 2014

No primeiro dia de retorno ao trabalho, servidores do SANEP exigem segurança

Após 71 dias de greve, os trabalhadores do SANEP retornaram ao trabalho nessa terça-feira. Porém, ao contrário do que poderia-se imaginar, esse retorno não foi de cabeça baixa.

No pátio da base localizada à Rua Tamandaré, 140, houve uma movimentação dos trabalhadores, em que a CIPA e o SIMSAPEL foram chamados a tomarem providências quanto à situação que se apresentava. Ocorre que a maioria dos veículos que foram colocados à disposição das equipes não apresentava condições de trafegabilidade e de segurança para os servidores. Depois de uma conversa entre representantes das duas organizações e os chefes do Departamento de Materiais, da Divisão de Veículos e Oficinas e do Setor de Segurança do Trabalho, os veículos foram recolhidos para avaliação e manutenção.

A greve propiciou momentos de discussão e reflexão a respeito do sucateamento da Autarquia e das condições de trabalho e de segurança a que os trabalhadores estão expostos. Esses momentos ajudaram a desenvolver uma nova consciência da responsabilidade que cada um deve ter com a preservação da própria segurança, com a do grupo e com as melhorias de que o SANEP necessita.

Houve, também, denúncias de fatos que podem vir a ser considerados assédio moral. Esses casos serão encaminhados pelo Sindicato para as providências cabíveis.

Não há dúvida de que o SANEP vive, hoje, um outro momento e que a união dos SERVIDORES DE SANEAMENTO BÁSICO DE PELOTAS é cada vez maior.          

terça-feira, 29 de julho de 2014

Trabalhadores do SANEP suspendem a greve

Nesta terça-feira, 29/07, os trabalhadores do SANEP retornam ao trabalho, em estado de greve, para negociar com o Prefeito Eduardo Leite.

Esse retorno foi decidido na reunião dos grevistas do dia 25/07, depois de incidente ocorrido na manhã daquele mesmo dia, em que o Prefeito dirigiu-se ao piquete instalado no Largo do Mercado, procurando pelo Presidente do SIMSAPEL, depois de ter sido chamado pelos trabalhadores que ali estavam.

Sabendo disso, o Presidente foi até a Prefeitura, acompanhado de um dos trabalhadores que estavam no piquete. Tendo sido recebido pelo Prefeito, os dois trabalhadores tiveram uma conversa com o mesmo. Conversa essa que foi um sinal para o recomeço das negociações, desta vez, diretamente com o Prefeito.

Na segunda-feira, 28/07, os trabalhadores realizaram mais uma reunião, objetivando a preparação para o retorno, que é, ainda, em estado de greve.

A primeira reunião com o Prefeito está marcada para quinta-feira, 31/07.


Foram 71 dias de greve. Talvez, a maior da história da Autarquia. Nesses dias, a Categoria dos Trabalhadores do SANEP demonstrou união e organização. Mesmo passando pelas dificuldades inerentes ao corte de salários e dos vales alimentação, mantiveram o movimento, demonstrando consciência de que essa luta tem sua importância, não só para a melhoria imediata dos salários, mas, também, para a construção de uma relação diferente entre gestores e trabalhadores, visando uma valorização real, material e humana da Autarquia, para melhor atender à população de Pelotas.

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Cancelamento do piquete do Calçadão

Em virtude do mau tempo, o piquete programado para hoje no Calçadão foi cancelado.

Continua confirmada a reunião de amanhã na Casa do Trabalhador, às 14h.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Greve dos Trabalhadores do SANEP – 60 Dias

A postura autoritária do Prefeito Eduardo Leite

A greve dos trabalhadores do SANEP está, hoje, no seu sexagésimo dia e a intransigência do Prefeito Eduardo Leite continua subjugando os servidores e mantendo os bairros da periferia sem atendimento, principalmente no que se refere às desobstruções de esgoto.
Ao que parece, o Prefeito espera o resultado do julgamento do agravo de instrumento impetrado no Tribunal de Justiça do RS, que definirá se a liminar que mandava pagar os dias parados será cassada definitivamente ou se os trabalhadores obterão vitória, tendo reconhecido o seu direito de greve.
Enquanto isso, a população espera.

Disse, o Presidente da Câmara de Vereadores, Ademar Ornel, na tribuna em 09/07:

“O prefeito não tem o direito de dizer que não quer dialogar. Se sou gestor, sou pago para dialogar, porque o patrão é a comunidade, que quer que as partes se entendam”.

Os trabalhadores têm sido prejudicados de todas as formas, sem salário, sem vale alimentação, sem as férias que já haviam sido autorizadas e sem a chance de fazer empréstimo consignado, para tentar salvar a sua situação nesses dias.

Como sempre, se exige e se constrange o lado mais fraco a ceder. Os trabalhadores já propuseram, em assembleia, a flexibilização das negociações e isso foi encaminhado em ofício à Direção do SANEP no dia 12 de junho. A decisão de não negociar com trabalhadores em greve é uma decisão arbitrária, que vai contra as promessas de campanha do Prefeito, que proferiu em um debate as seguintes palavras:

“Nós vamos, sim, sentar com os sindicatos dos servidores, estabelecer melhorias continuadas e uma nova perspectiva pro funcionalismo.”

Palavras ao vento, em campanha eleitoral, como prática da velha política à qual se assemelha o proceder deste jovem prefeito, que não só prometeu uma Pelotas de “cara nova”, mas, também, prometeu na assembleia do SIMSAPEL, em 2013, uma condição salarial melhor a partir de 2014, com estas palavras:

“Agora, eu já antecipei ao Sindicato na reunião que tivemos semana passada e reafirmo aqui, diante de vocês, nós queremos estabelecer uma política salarial para o SANEP onde os ganhos da Autarquia, especialmente aqueles que se referem à questão da própria arrecadação, sejam partilhados com os servidores. Ou posso dizer para vocês que no ano que vem nós vamos discutir em cima da inflação e do que a Autarquia tiver efetivamente melhorado em arrecadação para poder repassar aos servidores, ou seja, sem levar em conta a associação com a Prefeitura, com a Administração Direta, porque é um gasto especial da Autarquia e nós compreendemos que isso possa ser feito.”

Nada disso está sendo feito, nada disso está sendo cumprido. O Prefeito Eduardo Leite esquece as próprias palavras e nega a oportunidade de negociação aos trabalhadores. Alega que não foi procurado pelo Sindicato antes da greve. O SANEP é uma autarquia. Portanto tem autonomia para negociar os reajustes dos seus servidores. Quando ficou claro que não haveria avanços por parte da Direção do SANEP, o SIMSAPEL encaminhou ofício ao Prefeito Eduardo Leite solicitando uma reunião. A resposta foi outro ofício em tom ameaçador, negando a oportunidade de diálogo.

As tentativas de mediação

Houve várias tentativas de intermediação por parte da Federação dos Municipários do  RioGrande do Sul – FEMERGS, que indicavam a possibilidade de melhoria do índice oferecido. Porém, a Prefeitura manteve a porta fechada.

A Câmara de Vereadores buscou, também, intermediar o processo, sem sucesso. Em reunião com o Prefeito, no dia 7 de julho, ouviram uma proposta que não apresentou nenhuma melhoria nos índices, apenas o pagamento dos dias parados a serem descontados parceladamente. Essa proposta não foi apresentada oficialmente à Diretoria do Sindicato.

No dia seguinte, os edis presenciaram um espetáculo grotesco em que o Superintendente Administrativo, Nede Lande Santana se portou de forma autoritária, não permitindo que a Comissão de Negociação dos Trabalhadores permanecesse completa na sala. Foi permitida apenas a presença do Presidente e da Vice do SIMSAPEL, que continuaram na reunião, para manter oportunidade de negociação de que dependia toda a Categoria. Mesmo assim, manifestaram seu protesto. A reunião seguiu com uma postura desrespeitosa, irônica e intransigente por parte do Superintendente, não só com a Direção do Sindicato, mas com os vereadores e jornalistas presentes. Mais uma vez, os números apresentados não convenceram os trabalhadores, que estão cansados de arcarem com os reflexos dos erros de gestão e do sucateamento da Autarquia.

Também houve a tentativa de abertura das negociações, por parte do SINDISPREV-RS - Sindicato dos Trabalhadores Federais da Saúde, Trabalho e Previdência do RS – das Delegacias de Pelotas e Rio Grande, e da FENASPS – Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social, cujos diretores vieram de Porto Alegre. Houve uma conversa com o Superintendente Nede Santana, em que os dirigentes sindicais solicitaram uma reunião com o SIMSAPEL e o Diretor Jacques Reydams, que não aconteceu até agora.

As dificuldades dos trabalhadores em greve e a solidariedade

Enquanto o Prefeito Eduardo Leite se mantém em sua posição autoritária, os trabalhadores enfrentam muitas dificuldades, por estarem sem salário e sem vale alimentação.

Estão sendo distribuídas cestas básicas, a partir de doações de pessoas da população, de trabalhadores do SANEP que não fizeram greve e, até mesmo, de trabalhadores grevistas que não tiveram os salários cortados na totalidade ou que têm outra fonte de renda. Vários sindicatos, federações e centrais sindicais têm feito vultosas doações, sinalizando a unidade dos trabalhadores, não só de Pelotas e Região, mas do Estado e do País.

Uma alternativa encontrada para ajudar a recompor a condição de subsistência dos servidores é uma ação entre amigos, que sorteará uma motocicleta doada anonimamente ao movimento.

O poder

O que se verifica, hoje, é o sacrifício dos trabalhadores que lutam por salários dignos, por uma Autarquia saudável e por condições de trabalho condizentes com a importância e a responsabilidade que reside em se oferecer água e saneamento de qualidade para a população pelotense. O que se verifica é o esmagamento da parte mais fraca. O que se verifica é o aniquilamento de quem constroi  o SANEP há quase cinco décadas, o que se verifica é a atuação desastrosa de gestores que ”estão” no poder e não respeitam essa história.

É preciso que fique claro que o impasse se mantém por conta do autoritarismo do Prefeito. Esse que foi eleito para assumir responsabilidades e encaminhar soluções para os problemas e que não honra essa confiança que o povo lhe dedicou.

A população necessita dos serviços.

Os trabalhadores querem trabalhar.

Só depende do Prefeito Eduardo Leite.



Então, Eduardo, vamos negociar?!

Reunião de Greve no dia 18/07


segunda-feira, 7 de julho de 2014

Cinquenta dias de greve

A greve dos trabalhadores do SANEP completa, hoje, dia do Aniversário de Pelotas, 50 dias. Desde o dia 27 de março, a Categoria tenta negociar com a Direção da Autarquia, sem avanços.

Numa atitude intransigente e antidemocrática, o Prefeito Eduardo Leite não pagou o Vale Alimentação e cortou o ponto de centenas de servidores, colocando suas famílias em situação de risco alimentar. Ao cortar os salários desses servidores, deixou de fazer a retenção das pensões alimentícias de várias crianças e adolescentes, causando transtornos para além das vidas pessoais desses trabalhadores. As cartas de autorização de credito consignado também estão sendo negadas, deixando os servidores sem alternativa.

Todas essas atitudes demonstram a clara intenção de cercear o direito de greve. O intuito da Prefeitura é que os servidores retornem imediatamente ao trabalho, sem a garantia dos dias parados, como já foi escrito em ofício ao Sindicato. Sabem que estes servidores, que recebem salários tão baixos, não possuem nenhuma reserva financeira para que possam se sustentar.

Desde maio, a prefeitura se nega a negociar com os trabalhadores em greve. E o que mais chama a atenção é que, enquanto estavam trabalhando, também não houve avanços na negociação. A greve só começou dez dias depois de sua deflagração em assembleia. Havia tempo suficiente para reverter a situação, se a administração da Autarquia tivesse respeitado os trabalhadores, cumprindo com a agenda marcada e oferecido um índice melhor para a Categoria. A administração oferece um índice abaixo do que foi oferecido no ano de 2013, ocasião em que o Prefeito foi à nossa Assembleia, prometendo valorização para o este ano.

De acordo com os relatórios encaminhados pelo SANEP ao Tribunal de Contas do Estado, a Autarquia tem margem, dentro dos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal, para oferecer um índice melhor. Além disso, a Categoria autorizou o Sindicato a flexibilizar as negociações, inclusive abrindo mão das horas extras, para que se avance nas negociações e se possa voltar ao trabalho, para atender a população.

E o Prefeito Eduardo Leite continua em sua posição autoritária de não negociar com os trabalhadores em greve. Não negocia, porque não negocia! Como se não existisse uma cidade necessitando dos serviços de saneamento.

Enquanto os moradores dos núcleos habitacionais populares sofrem com os esgotos entupidos, que inundam suas casas e apartamentos, os caminhões, equipamentos e os instaladores que estão trabalhando para manter o efetivo, estão à disposição no pátio do SANEP. Os serviços não são executados porque a Prefeitura está mais interessada em voltar a opinião pública contra o movimento de greve, do que em resolver problemas sérios a que a população está submetida.

Enquanto esse impasse não se resolve, pessoas da Comunidade, o Movimento Sindical e os Movimentos Sociais estão contribuindo e doando cestas básicas para serem distribuídas entre os trabalhadores que ficaram sem meios de alimentar suas famílias.

As doações podem ser feitas nos piquetes localizados à Rua Alm. Tamandaré, esquina com José do Patrocínio, no canteiro da Av. Duque de Caxias, em frente ao nº 71 e no Largo do Mercado Central.

Os trabalhadores devem procurar os mesmos locais para se cadastrarem ao recebimento das cestas.

A solidariedade tem sido maior do que a intransigência.


Por Cátia Amaral e Rosemeri Santos