Depois de forte
paralisação na última quarta-feira, os trabalhadores do SANEP reuniram-se em
assembleia geral, na rua Alm. Tamandaré, em frente ao prédio da Autarquia, na
tarde de ontem e decidiram pela greve a partir do dia 19/05.
Paralisação
A
paralisação realizada na quarta-feira, dia 07, contou com a participação de
mais de 300 trabalhadores nas manifestações em frente aos principais prédios do
SANEP e em uma visita à Câmara de Vereadores. As concentrações ocorreram em
frente aos prédios da Av. Duque de Caxias, da Av. Bento Gonçalves, da Rua Alm.
Tamandaré e da Sede Administrativa, localizada à Rua Félix da Cunha.
Em frente à
Sede, o Presidente do Sindicato falou à Categoria, lembrando a
desconsideração com que os trabalhadores vêm sendo tratados pela Direção da
Autarquia, considerando a marcação da reunião de negociação para depois da data
prevista para a realização da Assembleia e o cancelamento dessa reunião de
forma pouco convincente. Renato Abreu salientou que é hora de lutar pelo respeito
que os trabalhadores merecem e cobrar as promessas feitas pelo Prefeito Eduardo
Leite em assembleia da Categoria no ano passado. Foi colocado para os
manifestantes parte da gravação desse discurso. Salientamos o seguinte trecho:
“Agora, eu já antecipei ao
Sindicato na reunião que tivemos semana passada e reafirmo aqui, diante de
vocês, nós queremos estabelecer uma política salarial para o SANEP onde os
ganhos da Autarquia, especialmente aqueles que se referem à questão da própria
arrecadação, sejam partilhados com os servidores. Ou posso dizer para vocês que
no ano que vem nós vamos discutir em cima da inflação e do que a Autarquia
tiver efetivamente melhorado em arrecadação para poder repassar aos servidores,
ou seja, sem levar em conta a associação com a Prefeitura, com a Administração
Direta, porque é um gasto especial da Autarquia e nós compreendemos que isso
possa ser feito.”
Câmara de Vereadores
Outra
atividade da paralisação foi a ida à Câmara de Vereadores. Essa atividade foi
organizada a partir de uma reunião ocorrida na véspera, entre o Sindicato e os
vereadores na Casa Legislativa, em que havia sido relatado a situação vivida
pela Categoria. Parte dos servidores mobilizados acompanhou os diretores
sindicais nessa atividade, em que o Presidente do SIMSAPEL usou a tribuna para
relatar à comunidade pelotense as razões da mobilização dos servidores,
salientando o sucateamento material e humano que a Autarquia vem sofrendo, demonstrando
de que a prática contraria o discurso de que não há intenção de privatizar os
serviços de saneamento. Ainda salientou que os trabalhadores não suportam mais
pagar a conta dos problemas apontados pela Administração e que eles têm de ser
enfrentados e resolvidos para o bem dos trabalhadores e da população de
Pelotas. Como resultado, houve a formação de uma comissão especial para tratar
da situação do SANEP, além do compromisso de não aprovação de qualquer projeto
de reajuste salarial que não esteja aprovado pela Categoria.
Assembleia
Mesmo com
chuva e tendo sido realizada na rua, a assembleia geral da sexta-feira, 09/05,
contou com a participação de um grande número de trabalhadores, que foram
consultados sobre uma possibilidade de adiamento, mas mantiveram a assembleia
na data. As manifestações se referiram ao descaso da Direção da Autarquia para
com os servidores, pois, novamente, mesmo tendo a informação de que a assembleia
seria realizada na sexta, marcaram a reunião de negociação para segunda-feira.
O Presidente do Sindicato fez uma fala no sentido de que os trabalhadores não
podem ficar reféns de alguns medos, porque são trabalhadores estáveis e
cumpridores dos seus deveres. Salientou que o Sindicato é comprometido com os interesses
da Categoria, mas só é forte se a essa estiver lutando junto.
A deliberação
da assembleia foi de greve a partir do dia 19 de maio e, caso a Autarquia
apresente proposta considerável, será chamada uma assembleia de emergência,
para avaliação antes da greve.
Palavra do Presidente do SIMSAPEL à Categoria:
“Não podemos
mais ficar nos escondendo atrás dos medos e das desculpas para não nos
juntarmos à luta, pois, assim, estaremos condenando a todos e a nós mesmos a
viver na miséria, a sermos escravos das horas extras e longe de nossas
famílias. Agora é a hora de lutarmos juntos e interrompermos esse processo de
sucessivas perdas. Agora, podemos garantir que o Sindicato está a serviço da
Categoria e dará o respaldo necessário para uma luta organizada, consciente e
vitoriosa.”
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