terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Defenda o que é seu - Querem entregar o SANEP

Nos últimos meses, estamos travando uma batalha para impedir que o serviço público prestado pelo SANEP, caia nas mãos da iniciativa privada.

O SANEP completou no último dia 25 de outubro, 50 anos de história como autarquia municipal, entretanto a história do Saneamento na cidade remonta os anos de 1872. Toda essa história está ameaçada, pois nesta quarta-feira, 30 de dezembro de 2015, será votado na Câmara de Vereadores o projeto de lei que permite ao executivo entregar o sistema de esgotamento sanitário à iniciativa privada. O primeiro passo na direção da privatização total dos serviços.

Em um vídeo que circula nas redes sociais desde o último final de semana, o prefeito afirma que Pelotas não cumpre com sua parte na questão do Saneamento básico, o que não traduz completamente a realidade.

A justificativa do Executivo para a realização da PPP (Parceria Público Privada), é a busca pela universalização do saneamento na cidade. De acordo com o Instituto Trata Brasil, Universalização do Saneamento é “prover água e ligação à rede de esgoto em todos os domicílios brasileiros”. O Governo federal estipula como 95% a meta a ser atingida até 2030. Ou seja, até 2030, 95% dos domicílios urbanos e rurais devem estar servidos por rede coletora ou fossa séptica para os excretas ou esgoto sanitário.

A cidade conta com abastecimento de água tratada em toda área urbana e grande parte da zona rural do município. Possuímos cerca de 65% das residências ligadas às redes coletoras, sem contar os domicílios com fossas sépticas. Assim, estamos à frente de muitas cidades no país, já que a média nacional é de apenas 48,29% de domicílios ligados à rede coletora de esgoto, de acordo com dados do Ministério das Cidades.

O Prefeito tenta confundir a população dizendo que não é privatização, mas apenas uma concessão dos serviços. Concessão que pode chegar a 35 anos! Por esse período, a empresa privada, que visa lucro, recebe toda a infraestrutura existente, cobra pelo serviço e após juntar o valor para o investimento realizará as obras pretendidas pelo Prefeito. A lei garante que a empresa não tenha prejuízo. Então, todo o déficit de arrecadação referente ao esgoto será repassado às tarifas de quem paga sua conta, ou o custeio deverá ser feito pelos cofres públicos com o arrecadado com as tarifas do serviço de água. O que se traduz por ainda menos dinheiro nos cofres da Autarquia para investimentos em água, lixo e drenagem. Mais um passo para a quebra total do SANEP.

O Prefeito também utiliza dados fornecidos por um relatório do Consórcio de empresas contratado pela Prefeitura para afirmar que os cofres públicos da cidade não suportam o investimento necessário para ampliar o tratamento do esgoto na cidade. Para isto, o prefeito cita que são necessários cerca de R$ 350 milhões para as obras. Entretanto, a construção das principais estações de tratamento de esgoto soma cerca de R$50 milhões.

SANEP enfrenta uma situação financeira delicada. Sim é verdade. Isto acontece, pois custeia quatro serviços: tratamento e distribuição de água, coleta e tratamento de esgoto, coleta e destinação final de resíduos sólidos e drenagem urbana, cobrando apenas por dois deles. Qual de nós não ficaria na mesma situação ao precisar pagar por algo que está além de sua capacidade financeira. A prefeitura não repassa ao SANEP nenhuma verba relacionada à manutenção dos serviços que eram de responsabilidade do município e que foram entregues ao SANEP (Drenagem e Lixo). Ainda que o prefeito tenha se comprometido em repassar parte da verba arrecadada com o IPTU ao SANEP, após o último aumento do imposto, até o momento, nenhum repasse foi feito.

Estamos vendo, ao longo dos últimos anos, o sucateamento da autarquia onde trabalhamos. Interferências políticas, criação de cargos em comissão dentro da autarquia que custam, individualmente, aos cofres públicos cerca de R$ 100 mil ao ano e trazem benefício unicamente aos políticos que os indicam, pois através delas estes se fazem presentes no gerenciamento do SANEP. Muitos destes aparecem no trabalho apenas eventualmente, já que, como todos os detentores de cargos em comissão, não precisam registrar o ponto no local de trabalho.

Nós servidores do SANEP também fazemos parte do povo. Queremos um SANEP forte que atende às necessidades da população. Lutamos para superar os problemas da falta de vontade política, da má gestão da Autarquia e da politicagem que fazem usando os serviços do SANEP nos últimos anos. Convidamos a população a juntar-se a nós.

 Ajude a defender esse patrimônio que é do povo Pelotense.

Contamos com o comprometimento de todos os vereadores em honrarem seu compromisso com o povo de Pelotas, que os elegeu, votando NÃO à PPP.

domingo, 27 de dezembro de 2015

SIMSAPEL não aceita emendas - a privatização do SANEP tem que ser totalmente rejeitada

Sabendo que alguns vereadores estariam com a intenção de apresentarem emendas aos projetos relativos ao SANEP, tais como "garantia dos empregos" e, assim, estarem "liberados" para votar a favor da privatização, a favor de seus interesses e contra o povo de Pelotas, o SIMSAPEL vem a público manifestar o que segue:

1º - Não há lei que obrigue a iniciativa privada a manter empregos de quem quer que seja. Os vereadores são co-responsáveis pelo setor público, não podem interferir no setor privado. Logo, isso seria um engodo, uma enganação.

2º - Os trabalhadores do SANEP não estão defendendo apenas seus empregos. Estão tentando manter pública uma autarquia que é de todos os pelotenses e o domínio público sobre recursos naturais preciosos para a região.

3º - Defendemos a água e o saneamento básico como bens essenciais à vida e à saúde e que devem ser acessíveis a todos, de forma que não podem se tornar mercadorias, obedecendo leis de mercado.

4º - A solução para os problemas de investimento no saneamento em Pelotas está no cumprimento, por parte do Sr. Prefeito Municipal do que se comprometeu por ofício aos vereadores quando estava em pauta o aumento do IPTU. Comprometia-se, então, a destinar "parte da receita própria do Município para a indenização dos gastos suportados pelo SANEP no recolhimento, transbordo e destinação final do lixo" . Os vinte e três milhões de reais gastos anualmente com o lixo sem receita para o SANEP, seriam suficientes para implementar a universalização do saneamento em 15 anos.

5º - Se esses investimentos forem feitos pela iniciativa privada, terão de ser ressarcidos e com lucro, porque uma empresa privada não fará nada de graça. Quem pagará por esses investimentos será a população de Pelotas.

6º - A privatização do esgoto acarretará na privatização da água, pois retirará do SANEP parte considerável da receita necessária para manter o tratamento e distribuição.

7º - Os vereadores que votarem a favor do projeto de privatização dos serviços de esgoto, estarão cometendo um crime contra esta cidade e traindo o povo que deveriam defender.

8º - Os vereadores que se ausentarem ou se licenciarem para se livrarem do cumprimento da palavra empenhada em plenário nas sessões da Câmara das últimas semanas, estarão igualmente votando contra o povo.

9º - Emenda não adianta. Queremos a derrubada total desses projetos!


domingo, 20 de dezembro de 2015

Em Assembleia, os trabalhadores do SANEP decidem manter vigília na Câmara

Em assembleia geral realizada na última quarta-feira, 16/12, os trabalhadores do SANEP decidiram manter a vigília que já vinha ocorrendo na Câmara de Vereadores desde terça-feira, dia 15.

Essa vigília acontece, com a participação de outros sindicatos e movimentos sociais,  desde que, no dia 10/12, três projetos foram aprovados de forma irregular nas comissões permanentes da Câmara, Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e Comissão de Orçamento e Finanças (COF). Um dos projetos autoriza o Executivo Municipal a delegar a exploração dos serviços de esgotamento sanitário, em outras palavras, começa a privatização da Autarquia. Dos outros dois, um modifica a lei das PPPs, alterando o conselho e o outro autoriza a prefeitura a contrair financiamento de R$18.000.000,00, para asfaltamento.

A pressão dos trabalhadores foi decisiva para que os recursos dos vereadores que pediram a anulação dessas votações fossem aceitos e toda a tramitação dos projetos fosse recomeçada, obedecendo ao Regimento Interno da Casa. A primeira leitura dos projetos e as discussões preliminares foram feitas na última quinta-feira, dia 17.

Além da vigília, foi deliberado que os servidores farão uma forte campanha na cidade, utilizando vários tipos de mídias, para esclarecer a população a respeito de tudo o que envolve a privatização do SANEP e colher assinaturas de eleitores para dar entrada, na Câmara, com um projeto de iniciativa popular proibindo concessões, parcerias público-privadas ou qualquer tipo de privatização da Autarquia ou de seus serviços.

A Categoria permanecerá em estado de assembleia e deverá realizar outro encontro entre o Natal e o Ano Novo.

Cumprindo a determinação de assembleia, o SIMSAPEL convoca a Categoria dos trabalhadores do saneamento para se fazerem presentes à próxima sessão da Câmara, que será na terça-feira, dia 22, às 8h, e para às que se seguirem até que o projeto da privatização do SANEP e o que altera a Lei das PPPs sejam derrotados.

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Mobilização cancela votação irregular na Câmara

Na manhã de hoje, o SIMSAPEL com a Categoria dos servidores do SANEP e várias entidades integrantes do Comitê Regional em Defesa da Água Pública, realizaram mobilização na Câmara de Vereadores para pedir a anulação da votação de três projetos que entraram na última quinta-feira, dia 10, e que tiveram parecer aprovado em comissões permanentes em menos de duas horas e de forma irregular.

A luta foi vitoriosa. Foi anulada a votação do projeto que autoriza a concessão dos serviços de esgoto e outros do SANEP. Porém, há mais dois projetos cuja aprovação em comissões foi igualmente irregular e terão recursos avaliados amanhã.

Um desses projetos modifica a lei das PPPs, alterando o conselho e o outro autoriza a prefeitura a contrair financiamento de R$18.000.000,00, para asfaltamento. Um diz respeito diretamente à privatização e o outro trata de obras de grande porte, que não podem ser avaliados de forma tão rápida.

Portanto a mobilização continua. O SIMSAPEL convoca toda a Categoria e convida os sindicatos e as associações que compõe o Comitê em Defesa da Água Pública, além de todos os cidadãos para comparecerem à sessão de amanhã, 16/12/2015, às 8h, para que as votações sejam anuladas e os processos sigam os ritos corretos.

A luta foi válida hoje, mas a vitória é parcial. É preciso continuar lutando para que sejam feitas audiências públicas e o plebiscito com tempo de discussão para que a população tenha conhecimento e poder de decisão.


Quarta-feira, 16/12/2015 – 8h – Câmara de Vereadores

Contamos com todos e todas.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Mobilização na Câmara de Vereadores

Algo de muito sério está acontecendo em Pelotas e toda a população deve estar atenta a isso. Não é uma coisa qualquer, é a tentativa de privatização do SANEP.

O Comitê em Defesa da Água Púbica vem alertando quanto ao perigo de privatização desde a publicação do edital que chamou, e posteriormente, autorizou empresas a fazerem estudos referentes à prestação de serviços de esgoto em Pelotas. Alertou, também para o fato de que não se trata apenas do esgoto, mas de várias áreas de gestão da Autarquia, tais como medição de água, comercial e cobrança.

Na quinta-feira, dia 10/12/2015, a Câmara de Vereadores de Pelotas foi palco de uma manobra vergonhosa, em que, em menos de duas horas, foi aprovado nas duas comissões permanentes um projeto que autoriza o Executivo Municipal a delegar a exploração dos serviços de esgotamento sanitário. No mesmo dia, colocaram a plenário para votação de mérito, sendo retirado, em seguida, pois já havia recurso dos vereadores Toninho Peres, Ivan Duarte e Marcos Cunha, uma vez que essa manobra fere o Regimento da Casa.

A privatização, concessão ou seja lá como queiram chamar essa ENTREGA DO SANEP à exploração da iniciativa privada não é uma questão que deva ser tratada dessa forma pelo Legislativo. É um assunto que merece atenção dos vereadores e consulta a população antes da tomada de qualquer decisão.

O SANEP é um patrimônio dos pelotenses e parece um deboche que, no ano de seu cinquentenário, o Prefeito Eduardo Leite queira entregar o que é de todos à exploração privada e à geração de lucro.

O Comitê Em Defesa da Água Pública e o SIMSAPEL Convidam as categorias sindicais, os trabalhadores do SANEP, os movimentos sociais e a população como um todo para se fazerem presentes à sessão da Câmara de terça-feira, dia 15/12/2015, às 9h, para exigir que os vereadores justifiquem essa ação vergonhosa e que se comprometam em defender a Autarquia que é de todos nós.

Contamos com todos e todas.


Postado originalmente em aguapublicapelotas.blogspot.com.

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

SIMSAPEL marca assembleia para tratar da privatização do SANEP

Diante da possibilidade de privatização de parte dos serviços da Autarquia, o SIMSAPEL realizará uma Assembleia Geral em 16/12/2015, quarta-feira, às 14h, no Auditório Externo do Colégio Municipal Pelotense, para discutir esse assunto com a Categoria dos servidores do saneamento.

A partir da publicação de edital do Gabinete do Prefeito, autorizando empresas a realizarem estudos referentes a uma concessão dos serviços de esgoto, e também de gestão comercial, medição e leitura do consumo de água, cobrança e gestão de gastos, o Sindicato tem se mobilizado no enfrentamento dessa situação, juntamente com o Comitê Regional em Defesa da Água Pública.

O prazo para a entrega desses estudos pelas empresas é 23 de janeiro de 2016. Sendo assim, falta pouco mais de um mês. A partir daí, a Prefeitura pode publicar edital de licitação para a concessão dos serviços por 35 anos, ou seja, é a privatização do SANEP.

A mobilização dos trabalhadores é imprescindível para a reversão desse processo, que avança em velocidade absurda, para que haja tempo para a concretização antes do final do mandato da atual gestão municipal.

Convém lembrar que os danos aos trabalhadores, à Autarquia e à comunidade pelotense serão difíceis de reverter, tendo em vista o que já ocorreu em outras cidades do Estado, do País e do mundo.
  

O SIMSAPEL convoca os trabalhadores e as trabalhadoras do SANEP para fazer o que é preciso enquanto é tempo.